O livro, da autoria da historiadora Maria Teresa Caetano, está editado e disponível para  consulta na Revista Tritão, revista  de História, Arte e Património da CMS.

 

 

      

 

 

O livro, que recolhe textos de António Caruna, está editado e disponível para consulta na RevistaTritão, revista de História, Arte e Património da CMS.

Ataque do Viking Sigurd a Sintra pelo rio de Colares em 1109. 

 

 

Em 1109 deu-se um ataque nórdico às costas do Garb al-Ândalus bem ao estilo dos piratas vikings, ainda que fora da chamada “Idade Viking” (com terminus em 1086). Esse ataque foi liderado por Sigurd, jovem co-monarca norueguês que seguia a caminho da Terra Santa com 60 navios e que pilhou vários locais costeiros depois de invernar em Inglaterra e de fazer estragos na costa da Galiza, sendo que neste último caso isso ocorreu após o governador local deixar de abastecer as forças nórdicas com a comida e os suprimentos adequados.

Continuando a viagem para Sul, e para o caso do actual território português, Sintra, Lisboa e Alcácer do Sal foram os próximos locais atacados por Sigurd e pelas suas forças. No caso de Sintra, é muito provável que os guerreiros nórdicos tenham subido o rio de Colares (outrora navegável) durante a praia-mar e desembarcado no porto local, o qual ficaria na área do Banzão. Aliando a proximidade do alvo (castelo) a atacar às possibilidades de progressão no terreno, nenhum outro local oferecia melhores condições de desembarque que a costa de Colares, cuja subida do rio condizia bem com o estilo destes guerreiros, habituados a expedições por quilómetros acima da linha de costa em navios adaptados a cursos de água rasos.

Seguiu-se um ataque ao castelo de Sintra (Mouros ou Colir?), o qual era habitado por “pagáns que loitaban contra cristiáns”. Sigurd conquistou o castelo e matou todos os seus habitantes porquanto não se quiserem converter ao Cristianismo, obtendo uma grande presa. Assim reza a saga nórdica que eternizou estes feitos de Sigurd, embora alguns pormenores sejam bastante discutíveis.

Fontes:

Vicente Almazán, Gallaecia Scandinavica. Introducción ó estúdio das relacións galaico-escandinavas durante a Idade Media, Vigo, Galáxia, 1986; Maria Teresa Caetano, Colares, Sintra, Câmara Municipal, 2000; Marco Oliveira Borges, “A Defesa Costeira do Litoral de Sintra-Cascais durante o Garb al-Ândalus. I – Em torno do Porto de Colares”, História. Revista da FLUP Porto, IV série, vol. 2, 2012.